quarta-feira, 18 de agosto de 2010

† O Vampiro †

Tu que, como uma punhalada,

Em meu coração penetraste,

Tu que, qual furiosa manada

De demônios, ardente, ousaste,


De meu espírito humilhado,

Fazer teu leito e possessão

- Infame à qual estou atado

Como o galé ao seu grilhão,


Como ao baralho o jogador,

Como à carniça ao parasita,

Como à garrafa ao bebedor

- Maldita sejas tu, maldita!


Supliquei ao gládio veloz

Que a liberdade me alcançasse,

E ao veneno, pérfido algoz,

Que a covardia me amparasse.


Ai de mim! Com mofa e desdém,

Ambos me disseram então:

"Digno não és de que ninguém

Jamais te arranque a escravidão,


Imbecil! - se de teu retiro

Te libertássemos um dia,

Teu beijo ressuscitaria

O cadáver de teu vampiro!

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