segunda-feira, 5 de julho de 2010

Lágrimas cinzentas percorrem o véu negro
enquanto ela espera, incessantemente,
de braços abertos, o cair dos gélidos cristais
congelados pela ação erosiva do trauma
e conservados pelo rancor

ah, luz que rasga o anil infinito
vai de encontro à própia ruina
taca fogo nas almas lúgubres que lhe deram
a vida e a morte

faça arde o sangue azul que desconhece
fumina o encantador pesadelo que anseia em consumir
anda
dilacera o prazer da dor

oh, maldito, tua destruição foi justa como a de todos
e o teu homicida recebeu a recompensa que valia tua existência
mas foi castigado pela própia sobra que o consumiu
teu delicioso sofrimento e teus gemidos silenciosos
glorioso momento de tua derrota

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